Newscoisa #30: Minta pra mim
Newscoisa #30: Minta pra mim
Minta pra mim
Conte que é simples assim
(...)
Ninguém errou
A vida que se enganou
A gente (a gente sou sempre eu) vai perdendo. Perde o jeito, a noção do tempo, o ritmo. Perde as referências, a paciência, o equilíbrio. Perde a esperança, as pessoas, o horizonte. Perde a mão, o rumo, o prumo. Perde a alegria, a saúde, até que perde as palavras e não sabe nem nomear o doer.
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Um afeto morrendo de inanição.
"a terra gentil das solidões compartilhadas" - como eu queria ter escrito isso (faz parte desse ótimo texto do Simas)
A gente pensa que sabe. Que sim. Que quando. A gente pensa que pode. Que dá. Que vai. A gente esquece que sente. Que dói. Que sangra. A gente se engana que nunca. Não mais. Se dane. A gente promete que sim. Que entrega. Se abanque. A gente esquece que vive. Que morre. Se espanta.
Não sei o tanto de saudades que vou sentir de você. Talvez nem tanta. Mas imagino quanta falta vou sentir da gente. E isso me apavora.
Eu queria um pouco menos disso tudo e um pouco mais daquele muito pouco quase nada.
“…embriaga-se com o sabor do impossível, o único álcool que serviu, desde sempre, de base para todas as desgraças”. Fedra, Youcenar. Eu.
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Ando em silêncio. Mentira. Pra não deixar as inquietas palavras acamparem no peito e juízo, cantarolo errado músicas que sei desde sempre. Quando ainda se chamava radiola e a estante da sala tinha tantos vinis que envergava. Pesa em mim tanta coisa que você não sabe. Nunca vai saber esse momento em que pisco pro sol que vai iluminar outros dias, para outras pessoas. Tanta coisa que você não quis saber. Ou que eu não quis contar. Não tenho certezas, muito menos essa. Nós. Desatando.
Já vi série, já li Agatha, já ouvi jazz. Acabaram meus sedativos. Mas eu respiro fundo e dessa vez quase acerto: Vamos viver de brisa. Vou. Vôo.
PS. Ainda não me acostumei com ideia sem pauzinho e voo sem chapeuzinho.
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Queria aninhar sua fala no peito, no lugar do coração, e que sua voz bombeasse esperança em mim. Mas sorrio, meio doce, meio triste, ocupada pela desilusão, desejo os melhores sonhos pra você e durmo um sono escuro e vazio.
Epitáfio: Eu podia ter sido festa em você.
Eu, você, nós dois:

Eu me repito, tentando, talvez, aprender a ser. Só.