Newscoisa #45: orientação vocacional e outros arrependimentos
"No fim, tu morres. No fim do livro, tu morres.
Assim mesmo, como se morre nos romances:
sem aviso, sem razão, a benefício apenas da história que se quis contar”
Status: preciso de uma nova ilusão.
Privatização dos Correios. O Brasil virou terra arrasada demais. E as minhas plantinhas resolveram que é melhor morrer mesmo.
Vivi pra ler que os governos Lula/Dilma expandiram em excesso o apoio à pós-graduação e por isso temos muito doutores desempregados. Que não tinha ~planejamento ~. É por isso, certamente, e não por causa dos eventos pós-2015, não por causa do teto dos gastos, não por causa das políticas fracassadas que fizeram várias empresas saírem do país ou diminuir seus investimentos, não por causa das mudanças nas leis trabalhistas que permitiram e incentivaram instituições de ensino superior privadas enxugarem seus quadros e focarem na contratação parcial de pessoas com menor qualificação e não porque desapareceu do horizonte a política de interiorização das universidades e institutos federais.
Esse é o semestre mais frustrante que eu já tive, desde que eu comecei a trabalhar.

Tem um cara que paga suas contas apresentando um programa de tv chamado: "drinques pelo mundo". Resumindo: ele viaja e bebe. Sempre que vejo um episódio fico reflexiva sobre os acertos e equívocos decorrentes da falta de orientação vocacional na minha juventude.
Uma expressão que não faz nenhum sentido quando sou eu que digo: conheço X como a palma da minha mão. Gente, eu raramente olho pra palma da minha mão e, de memória, não faço nem ideia de como ela se parece.
Quando eu era adolescente, minha mãe protestava: “não fala com a gente (família) pra falar com os da rua”. Ontem ela disse: “filha, se você não fala com a gente, fale com os da rua” (não com essas palavras, mas neste sentido). O que ela não sabe é que eu não sei mais falar. E sinto muita falta de ler. Aí eu escrevo essas notas toscas e comento BBB. Ainda que mal empregadas, são as palavras que me restam.
Se houvesse esse negócio de vida após a morte, acho que o purgatório seria passar a eternidade revendo o filme da vida completinho, sem edição, em looping. O céu seria poder ver o filme todo ou em parte, como quisesse, adiantando trechos, voltando cenas, colocando trilha sonora, se apetecesse, no intervalo entre outras coisas interessantes. E o inferno seria esquecer tudo, como quando alguém grava por cima, o inferno é perder todas as memórias.
Ainda tá tendo futebol. Não era pra ter, pelo menos não aqui no Brasil. Isto estabelecido, se tem, eu vejo. O futebol me ensinou muitas coisas, como, por exemplo, entender que ser substituído não deveria ser visto como demérito. Ou, pelo menos, entender que o demérito em uma substituição não se limita ou se refere especificamente ao jogador substituído. Uma boa substituição não é a que retira alguém que não está jogando bem pra colocar alguém na esperança que jogue melhor. A boa substituição é aquela que tira alguém pra colocar alguém que faça o time jogar melhor. Um treinador tem que saber. Eu sei. Mas também tem que ter a coragem. Já passou da hora, preciso substituir você, pro meu time jogar melhor.
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Tem post novo no Cais de Saudades: 40ena ena ena ena. Infinitena. Tem resmungos sobre o cotidiano em 2021 e tem um comentário sobre um livro gostosinho do Miguel Sousa Tavares.
Falando em livro, quem se interessar pelo meu livro, pra comprar o link é esse: Éter, 18 contos de batom borrado e outros anestésicos. O livro tem as ilustrações de Yuval Robichek, contos em parceria com Fernando Amaral e todo o trabalho caprichoso da Drops Editora. O lançamento é agora, no finzinho de abril.
Fiftinah (link pro instagram) é o projeto de produção de conteúdo para mulheres +45 anos. Criado e desenvolvido pela jornalista (e minha amiga, ieba) Tina Lopes, eu super recomendo dar uma passeada no perfil e assistir conversas incríveis sobre reinivenção de carreira, planejamento financeiro, aposentadoria, criar adolescentes, etc. Nesta sexta-feira, dia 23/04, às 19hs, eu também estarei no papo, junto com Daniela Assaf (advogada) e Lívia Ferreira (psicanalista).
